terça-feira, 30 de abril de 2013

escadas

e onde andaram as grandes pessoas, não de tamanho, mas gigantes na humanidade?
os bons espíritos? as boas energias? tudo que eu afasto de mim, sou como a erva daninha, sufoco, sou como uma rosa envenenada, posso parecer lhe agradar, mas só vou lhe fazer mal, não porque eu queira, mas porque em minha essência é o que sou, tive minha inocência e minha bondade roubada ainda na infância, hoje tudo que eu vejo é turvo, escuro, sem cor...joguei fora minha vontade de colorir paisagens e desenhar corações. como sorrir sinceramente com a alma suja? levo comigo as cicatrizes do destino e as espadas quebradas de tantas batalhas...alguém já percebeu o quanto dói deixar uma lágrima ir embora?

do lado de dentro do cesto




O caos me deixa feliz e a psicodelia de minha mente me atrai, como o efeito entorpecente de um doce, o timbre sonoro da guitarra, que clama pela calma da alma, a janela da liberdade, que eu encontro em cada nota, cada acorde, as várias faces da emoção, passado, presente, futuro, títulos, palavras, rótulos, sombras sem formas, lembranças vazias. O sabor do álcool, que seduz e conduz, com algo que não condiz, não preciso de argumentos, faço sempre meus momentos. Energia que contamina, contagia, na distância de todas as estrelas que não consegui alcançar, na triste saudade de alguém, de algo, alguma coisa... Assim, meio sem nexo, sem algum sentido, sentidos alterados, um sonho vivo. Até que a morte nos separe. Que a poesia siga correndo em minhas veias e a sede pela música continue. Nascemos para sermos selvagens, livres, sem bandeiras, sem credos, sem cabrestos. E a dúvida do que encontrar pela frente é que me motiva a continuar. O lado sombrio de histórias infantis, o escuro dos becos, o manto negro da noite. Cantigas de roda, na calçada. Paz.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Entrevero

Mais um dia para se inventar
Mais um dia para se reciclar
Mais um dia, entre tantos outros
Que a chuva traga magia
Que os ventos acariciem minha sombra
E os pássaros toquem a nossa canção

O sol sempre volta a brilhar
Todo os dias chegam ao seu fim
Todo momento, tem o seu momento, por um momento
Revoada de lembranças e desejos

Tão perto e tão longe
Tão difícil e tão fácil
Ecos de meu passado assombram minha alma
Um lamento, uma ternura
Breve querer

Cigarras cantantes em tardes ensolaradas de verão
Cheiro de flores no ar
Sede de sentimento
E mais uma estrela caiu na atmosfera

Dentro de mim eu quero paz e não a guerra.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Peso de papel


e de repente meu corpo cansado
ansioso aguarda seu abraço eterno
que seu manto escuro me cubra a visão
esse é meu desejo
te encontrar, vestida de preto
hoje é tão difícil achar onde
descansar a alma, encontrar paz
tão difícil confiar em alguém
e, de repente, meu corpo cansado
busca alívio, procura paz
o ontem já passou e o amanhã é incerteza
a vida muda, e as coisas acontecem
nem sempre como nossa vontade queria
e eu não consigo fugir de mim
sempre estou onde vou...
ontem a noite eu te vi
e percebi que nem as estrelas são infinitas
mas é perca de tempo conta-las
não me alimento de esperanças mortas
noites bohemias aliviam meu pesar
brisa suave que toca meu rosto

sábado, 13 de abril de 2013

Conversas de interior

Atrás da janela de seus olhos
Onde sua alma cativa
O mais sincero amor
O mais puro sentimento
Onde também se esconde
Toda paisagem morta
Toda a poesia esquecida
E tudo de ruim que já passou
Carrega consigo
Toda a bagagem de sua experiência
E a fragilidade expressa em um sorriso
Nos ombros toda a carga de uma vida
E suas unhas pintadas
A graça no seu caminhar
Morena quem um dia estiver contigo
Não precisará procurar outro abrigo.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Refúgio


é porque você ainda em seu manto invade a minha mente
no contato da alegria com o pudor
na fusão de suor e sabor
um só sentimento
então eu me perco e te procuro
o seu cheiro suave
seu sorriso gentil
um abraço de carinho
um amor doentio
que nem a migalha esquece
um amor até sombrio
do qual o corpo padece
defeitos perfeitos
pequenos efeitos
quem sabe um dia eu consiga te odiar



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sinta vontade de ficar - Andrea Martins


Fique a vontade meu bem
Sinta vontade de ficar
Não tenha pressa
Quem sabe aqui é seu lugar
Mas se tiver de ida
Vê se não vai assim sem mim
Deixa a dor pra depois
Vamos nos aventurar nesse nosso tempo
Após prantos sem chorar
Fique a vontade meu bem
Sinta vontade de ficar
Não tenha pressa
Quem sabe aqui é seu lugar
Me mostra tua coragem
Vai leve tudo de mim
Apague os passos da estrada
Tente nem se quer lembrar
Daquele nosso tempo
O qual era tão fácil amar
Diz que quando eu for embora
Sempre vai me procurar
Não que eu não queira
Sempre eu vou te amar
E em cada estação
Em que não puder estar
Levo essa saudade
Enquanto não posso te levar
E no fim desse sufoco
Espero contar com a sorte
Se ela existe,
Que só a morte possa nos separar